[Texto] O pecado e o homem

O pecado não é tanto aquilo que fazemos, mas primeiro, aquilo que somos e nossa posição em relação a Deus. Assim, pecado, num primeiro momento, não são nossas ações, mas nossa distância de Deus e nossa condição de inimizade com ele.

Essa compreensão é fundamental para entendermos qual é a tarefa da Igreja no que tange à pregação do Evangelho para aqueles que ainda não fazem parte do corpo de Cristo.

Dessa maneira, a Igreja não prega um evangelho reduzido a questões morais de fazer certo ou errado, mas prega a alienação, a distância que separa o ser humano, como criatura de Deus, do seu Criador.

Por isso, uma pregação ao mundo que visa somente as categorias morais de certo e errado não vão tocar o profundo do coração do homem longe de Deus, pois o problema é, antes de tudo, uma questão de estar longe de Deus e não somente fazer aquilo que Deus condena.

Uma vez que o homem entende que sua existência está comprometida enquanto estiver longe de Deus, por meio da ação do Espírito Santo, ele também entenderá que deverá mudar certas ações que ele pratica.

É por isso que os apóstolos, quando falam sobre uma mudança comportamental, não falam para a sociedade em geral, mas escrevem primeiro às comunidades cristãs, pois sabiam que a Igreja é formada por aqueles que já foram convertidos pelo Espírito Santo e estavam prontos a entender que suas ações devem glorificar a Deus.

Nossa pregação ao mundo deve ser no sentido de mostrar essa distância da humanidade do seu Criador e proclamar que em Cristo todo universo foi reconciliado. Isso são boas novas.

Assim, devemos proclamar mais boas novas e menos moralismo.

Que Deus nos ajude e nos dê discernimento pelo poder do Espírito Santo que em nós opera.

  Alexandre Milhoranza